Caiu aí? ‘Chuva’ de fuligem é observada por moradores de BH

Varrer a casa várias vezes ao dia já virou rotina na vida dos moradores de Belo Horizonte. Isso, porque uma “chuva” de fuligem tomou conta da cidade na última semana, causando incômodos que se somam ao tempo seco e cheiro de fumaça no ar.

BHAZ conversou com o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) Claudemir Azevedo para entender melhor o fenômeno. Segundo ele, a fuligem nas casas é resultado dos vários focos de queimada próximos à capital mineira.

Os incêndios geram uma nuvem de fumaça e fuligem que acaba cobrindo a cidade por causa do padrão natural dos ventos.

Um novo incêndio atinge a Serra do Cipó, na região Central de Minas Gerais, desde sábado (14). De acordo a Brigada Cipó, o fogo começou por volta das 17h de sábado (14). Uma moradora relata que o incêndio ocorre dentro da Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira.

É a segunda vez que a região pega fogo neste ano. Em agosto, outro incêndio atingiu a área e o Parque Nacional da Serra do Cipó precisou ser fechado para visitação. Nas últimas semanas queimadas foram registradas também em Nova Lima e Betim, na Grande BH.

Ainda conforme o especialista, a nuvem de fumaça deve dar uma trégua a partir de amanhã, quando a umidade relativa do ar deve chegar aos 35%. “O vapor d’Água forma nuvens, o que acaba melhorando a qualidade do ar”, comenta.

Prejuízos para a saúde

De acordo com médica pneumologista Michele Andreata, a fuligem agrava doenças respiratórias, como asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), podendo causar inflamação das vias aéreas, crises asmáticas, exacerbação de bronquites e até aumento de infecções respiratórias. Crianças, idosos, gestantes, e pessoas com doenças crônicas estão mais vulneráveis nesse contexto.

“A longo prazo, a exposição pode contribuir até para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão, insuficiência cardíaca, arritmias, além de doenças respiratórias como bronquite crônica e até o câncer de pulmão. Crianças podem ter comprometimento no desenvolvimento pulmonar, e idosos apresentam piora nas condições pré-existentes”, explica.

Para prevenir, a médica indica que a população evite atividades físicas ao ar livre em dias de alta concentração de poluentes; mantenha janelas fechadas e utilize purificadores de ar em ambientes internos. “É importante hidratar-se bem e lavar o rosto com frequência, e usar máscaras N95 ou PFF2 em locais de maior concentração de poluentes”, completa.

Chuva à vista?

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), deve chover em BH nesta quarta-feira (18). A capital mineira completou 151 dias de estiagem hoje (16). O recorde é de 1963, quando a cidade atingiu a marca de 198 dias.

“A possibilidade de chuva é devido a uma combinação das altas temperaturas e do aumento da umidade”, explica ao BHAZ o meteorologista Claudemir de Azevedo, do Inmet.

O especialista informa que esse aumento da umidade é consequência de uma frente fria que avança pelo litoral de São Paulo. “Essa massa de ar frio pode provocar chuvas isoladas em Belo Horizonte e Região Metropolitana”, afirma.

O avanço da frente fria tem resultado em chuva no estado vizinho desde o fim de semana.

Inmet prevê ainda tempestade em 99 cidades de Minas

Além da previsão para Belo Horizonte, o Inmet publicou, nesta segunda-feira (16), um alerta para tempestade de chuva em 99 cidades de Minas gerais.

Pelo alerta, pode haver chuva de até 50mm ao longo desta segunda-feira nas cidades impactadas (BH não está nesta lista), além de estar previsto a ocorrência de ventos fortes, com velocidade variável de 40 a 60 km/h, e chuva de granizo.

Fonte: https://bhaz.com.br/noticias/bh/chuva-de-fuligem-observada-por-moradores-de-bh/