O que é tromboembolismo pulmonar, condição que afetou Osvaldo, do Vitória

O atacante Osvaldo, do Vitória, passou por uma situação delicada nesta semana. Após sentir um incômodo torácico durante uma viagem de avião, o jogador foi internado no Hospital São Rafael, em Salvador (BA). O diagnóstico da equipe médica apontou que o atleta teve um tromboembolismo pulmonar (TEP), condição grave que pode ser fatal.

Itatiaia conversou com Michele Andreata, médica pneumologista e paliativista da empresa Saúde no Lar, especializada em home care, para entender o que é tromboembolismo pulmonar.

“Ocorre quando um coágulo, geralmente originado nas veias profundas das pernas (trombose venosa profunda), se desprende e migra para os pulmões, obstruindo uma ou mais artérias pulmonares. Essa obstrução pode causar diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo, comprometendo a oxigenação dos tecidos”, disse a especialista.

Osvaldo confirmou, em publicação no Instagram, que o problema surgiu após uma pancada que ele levou na perna. “O edema acabou gerando um coágulo que se deslocou, mas graças a Deus foi detectado a tempo”, escreveu o jogador.

Condição pode ser fatal

De acordo com Michele, o tromboembolismo pulmonar pode ser fatal, especialmente quando o bloqueio é extenso.

“A gravidade varia de casos assintomáticos a situações graves com risco iminente de morte. O tratamento imediato é crucial para evitar complicações fatais, como insuficiência cardíaca aguda ou morte súbita. A rápida intervenção com anticoagulantes ou, em casos mais graves, com trombólise ou cirurgia, é fundamental para salvar a vida do paciente e melhorar o prognóstico”, pontuou.

Em nota, o Vitória informou, nessa terça-feira (17), que o atleta segue internado e está em tratamento do trombo na perna e do coágulo no pulmão.

“O Departamento Médico do clube acompanha os procedimentos e definirá prazo de tratamento com o especialista que atendeu ao atleta no Hospital São Rafael”, diz o texto.

Risco de não voltar a jogar?

A reportagem também questionou à médica pneumologista se há possibilidade de Osvaldo não voltar a jogar futebol. Ela destacou que isso dependerá da recuperação do atleta, da resposta ao tratamento e da ausência de complicações, como hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTC).

“Em casos controlados e sem sequelas significativas, é possível que o atleta volte a jogar. No entanto, se houver comprometimento pulmonar crônico ou outras complicações, a capacidade de continuar jogando profissionalmente pode ser afetada. Cada caso deve ser avaliado individualmente por uma equipe multidisciplinar”, disse.

A HPTC é uma complicação rara, mas grave, que pode ocorrer em cerca de 3 a 4% dos casos. Outra sequela possível é a síndrome pós-trombótica (comprometimento venoso crônico).

Quanto tempo dura o tratamento?

“O tratamento do TEP costuma durar de 3 a 12 meses, dependendo da gravidade, da presença de fatores de risco persistentes e de comorbidades. O uso de anticoagulantes pode ser prolongado em casos de risco contínuo de recorrência”, especificou Michele.

Atletas de futebol correm risco de novo TEP?

“Em atletas profissionais de futebol, que têm grande demanda física, o risco de um novo episódio de TEP pode ser maior caso persistam fatores predisponentes, como histórico de trombose, uso de hormônios ou imobilização prolongada após lesões. Monitoramento cuidadoso é necessário”, completou a especialista.

Fonte: https://www.itatiaia.com.br/esportes/futebol/vitoria/2024/09/17/o-que-e-tromboembolismo-pulmonar-condicao-que-afetou-osvaldo-do-vitoria